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"A amorosidade de que falo, o sonho pelo qual brigo e para cuja realização me preparo permanentemente, exigem em mim, na minha experiência social, outra qualidade: a coragem de lutar ao lado da coragem de AMAR!!!" Paulo Freire

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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

LINDA HISTÓRIA PARA TRABALHAR VALORES

Linda história para trabalhar valores com as crianças Sugestão literária Com esta história o professor poderá montar uma proposta para trabalhar valores. No site: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=9515 tem sugestão de aula. Neste blog você também encontra muitas outras sugestões para trabalhar valores com a turma. COMO NASCEU A ALEGRIA (Rubem Alves) Você pode não acreditar, mas é verdade: muitos anos atrás a terra era um jardim maravilhoso. É que os anjos, ajudados pelos elefantes, regavam tudo, com regadores cheios de água que eles tiravam das nuvens. Esta era a sua primeira tarefa, todo dia. Se esquecessem, todas as plantas morreriam, secas, estorricadas... Para que isso não acontecesse, Deus chamou o galo e lhe disse: - Galo, logo que o sol aparecer, bem cedinho, trate de cantar bem alto para que os anjos e os elefantes acordem... E é por isto que, ainda hoje, os galos cantam de manhã... Flores havia aos milhares. Todas eram lindas. Mas, infelizmente, todas elas eram igualmente vaidosas e cada uma pensava ser a mais bela. E, exibindo as suas pétalas, umas para as outras, elas se perguntavam, sem parar: - Não sou a mais linda de todas? Até pareciam a madrasta da Branca de Neve. Por causa da vaidade, nenhuma delas ouvia o que as outras diziam e nem percebiam que todas eram igualmente belas. Por isso, todas ficavam sem resposta. E eram, assim, belas e infelizes. No meio de tanta beleza infeliz, entretanto, certo dia uma coisa inesperada aconteceu. Uma florinha, que estava crescendo dentro de um botão, e que deveria ser igualmente bela e infeliz, cortou uma de suas pétalas num espinho, ao nascer. A florinha nem ligou e vivia muito feliz com sua pétala partida. Ela não doía. Era uma pétala macia. Era amiga. Até que ela começou a notar que as outras flores a olhavam com olhos espantados. E percebeu, então, que era diferente. - Por que é que as outras flores me olham assim, papai, com tanto espanto, olhos tão fixos na minha pétala...? - Por que será? Que é que você acha?, perguntou o pai. Na verdade, ele bem sabia de tudo. Mas ele não queria dizer. Queria que a florinha tivesse coragem para olhar para as vaidosas e amar a sua pétala. - Acho que é porque eu sou meio esquisita..., a florinha respondeu. E ela foi ficando triste, triste... Não por causa da sua pétala rachada, mas por causa dos olhos das outras flores. - Já estou cansada de explicar. Eu nasci assim... Mas elas perguntam, perguntam, perguntam... Até que ela chorou. Coisa que nunca tinha acontecido com as flores belas e infelizes. A terra levou um susto quando sentiu o pingo de uma lágrima quente, porque as outras flores não choravam. E ela chamou a árvore e lhe contou baixinho: - A florinha está chorando. E a terra chorou também. A árvore chamou os pássaros e lhes contou o que estava acontecendo. E, enquanto falava, foi murchando, esticando seus galhos num longo lamento, e continua a chorar até hoje, à beira dos rios e dos lagos, aquela árvore triste que tem o nome de chorão. E das pontas dos seus galhos correram as lágrimas que se transformaram num fiozinho de água... Os pássaros voaram até as nuvens. - Nuvens, a florinha está chorando. E choraram lágrimas que se transformaram em pingos de chuva... As nuvens choraram também, juntando-se aos pássaros numa chuva enorme, choro do céu. As lágrimas das nuvens molharam as camisolas dos anjinhos que brincavam no céu macio. E quiseram saber o que estava acontecendo. E quando souberam que a florinha estava chorando, choraram também... E Deus, que era uma flor, começou a chorar também. E a sua dor foi tão grande que, devagarinho, como se fosse espinho, ela foi cortando uma de suas pétalas. E Deus ficou tal e qual a florinha. E aquele choro todo, da terra, das árvores, dos pássaros, dos anjos, de Deus, virou chuva, como nunca havia caído. O sol, sempre amigo e brincalhão, não agüentou ver tanta tristeza. Chorou também. E a sua boca triste virou o arco-íris... E as chuvas viraram rios e os rios viraram mares. Nos rios nasceram peixes pequenos. Nos mares apareceram os peixes grandes. A florinha abriu os olhos e se espantou com todo aquele reboliço. Nunca pensou que fosse tão querida. E a sua tristeza foi virando, lá dentro, uma espécie de cócega no coração, e sua boca se entortou para cima, num riso gostoso... E foi então que aconteceu o milagre. As flores belas e infelizes não tinham perfume, porque nunca riam. Quando a florinha sorriu, pela primeira vez, o perfume bom da flor apareceu. O perfume é o sorriso da flor. E o perfume foi chamando bichos e mais bichos... Vieram as abelhas... Vieram os beija-flores... Vieram as borboletas... Vieram as crianças. Um a um, beijaram a única flor perfumada, a flor que sabia sorrir. E sentiram, pela primeira vez, que a florinha, lá dentro do seu sorriso, era doce, virava mel... Esta é a estória do nascimento da alegria. De como a tristeza saiu do choro, do choro surgiu o riso e o riso virou perfume. A florinha não se esqueceu de sua pétala partida. Só que, deste dia em diante, ela não mais sofria ao olhar para ela, mas a agradava, como boa amiga. Quanto aos regadores dos anjos, nunca mais foram usados. De vez em quando, olhando para as nuvens, a gente vê um deles, guardado lá dentro, já velho e coberto de teias de aranha... Enquanto a florinha de pétala partida estiver neste mundo, a chuva continuará a cair e o brinquedo de roda em volta do seu sorriso e do seu perfume não terá fim... Fonte: http://www.maricell.com.br/poemas4/comonasceuaalegria.htm

DINÂMICA MARAVILHOSA

Dinâmica: O REI E O CONGRESSO DAS CORES Procedimentos: Inicie a proposta distribuindo flores de papel das cores citadas no texto, amarela, azul, verde escura, branca, rosa e verde clara. Então, comece a leitura do texto, sendo que os participantes que estiverem com as flores das cores citadas irão fazendo os gestos descritos. No término, pode-se fazer uma reflexão com o grupo sobre o que sentiram durante a dinâmica e qual a sua mensagem principal. Certa vez, num reino encantado, num dia muito especial comemorado no reino, o rei convocou todas as cores para um grande congresso. Queridos e queridas... Neste dia especial, vocês estão sendo convocados para um grande congresso. Venham todos, pois o tema deste congresso é muito importante: A vida, os dons e os talentos que temos a maravilha de sermos diferentes e complementares. Tendo ouvido o discurso de abertura, todas as cores se acenaram e sentaram e com suas características e tonalidades próprias se acomodaram, enquanto aguardavam ansiosas pelo primeiro conferencista. Eis que o congresso se inicia... o AMARELO foi o primeiro a falar, e com todo o respeito, foi logo dizendo que viver era saber distribuir apertos de mãos a todos que encontrava, pois a discriminação era um grande mal social e todas as cores concordaram (as cores AMARELAS saem dando apertos de mão no grupo). O AZUL se levantou dizendo que em sua opinião, viver era saber sorrir em qualquer situação, era cultivar bom humor, a alegria, e saiu distribuindo sorrisos a todos os que encontrava (AZUIS saem distribuindo sorrisos). Não demorou muito e o VERDE ESCURO se levantou, pronunciando solenemente: Minhas amigas e meus amigos, o sentido da vida está na esperança, que faz abraçar as pessoas, desejando a elas todo o bem com o simples gesto de bem querer, sem hipocrisia, sem formalidades e inimizades (VERDES ESCUROS saem distribuindo abraços). Cheio de charme surgiu o BRANCO, dizendo que sem sombra de dúvida, os olhos são o espelho da alma e que o mais importante era saber e ensinar a olha o outro com ternura, pelo que foi vivamente aplaudido (todos aplaudem o BRANCO e saem olhando as pessoas com ternura). Muito tímida e discreta chegou à cor ROSA que ousando falar em público, afirmou que em sua opinião viver e dar sentido a vida era ouvir o outro, por isso saiu logo falando bem baixinho: minha amiga, meu amigo, eu quero escutar você (as cores ROSAS saem falando baixinho para as outras cores: eu quero escutar você). Eis que o VERDE CLARO todo faceiro, que já não agüentava mais ficar quieto, pois sempre queria falar sem ser a sua vez, finalmente pode dizer categórico e empolgado: ora amigos e amigas o mais importante da nossa vida e na nossa cultura de hoje, é ser amigo, é perdoar, ensinar e exclamar a todo instante, em palavras e em gestos de carinho (os VERDES CLAROS saem fazendo carinho no rosto do grupo). De repente, um vento forte, muito forte soprou, soprou tanto que as cores já estavam perdendo o brilho. Todas morreriam se não tivessem se unido num grande círculo, cores fracas, cores fortes, cores comuns, cores exóticas, cores de todo tipo, unidas para resistirem aquele vento repentino, que logo iria embora (todas se unem). E o vento se foi (todos se soltam) e o perigo passou... que alegria (acenam as cores). Então o rei, muito amoroso, em tom solene, aproveita o momento para encerrar o congresso e pedindo atenção ao público, proclama: Amigos, amigos, aperto de mão, o sorriso, o carinho, tudo isso é muito importante e faz um conjunto de talentos que forma uma linda AQUARELA em nosso reino. Porém nenhum de nós seria importante se não soubesse olhar e valorizar a vida, o ser e a cor do outro. Nossas diferenças nos fazem mais belos, mais belas, nosso conjunto nos torna invencíveis. Sejam felizes, queridas cores, e não se esqueçam, é no conjunto que as cores se tornam belas. E aquele reino, desde aquele dia, foi o mais colorido de todos os reinos.

RUBEM ALVES

PARÁBOLA DE RUBEM ALVES Era uma vez uma menina que tinha como seu melhor amigo, um Pássaro Encantado. Ele era encantado por duas razões: Primeiro porque ele não vivia em gaiolas. Vivia solto. Vinha quando queria. Vinha porque amava. Segundo, porque sempre que voltava suas penas tinham cores diferentes, as cores dos lugares por onde tinha voado. Certa vez voltou com penas imaculadamente brancas, e ele contou estórias de montanhas cobertas de neve. Outra vez suas penas estavam vermelhas, e ele contou estórias de desertos incendiados pelo sol. Era grande a felicidade quando estavam juntos. Mas sempre chegava o momento quando o pássaro dizia: "Tenho de partir." A menina chorava e implorava: "Por favor, não va, fico tão triste. Terei saudades e vou chorar..." "Eu também terei saudades", dizia o pássaro. "Eu também vou chorar. Mas vou lhe contar um segredo: eu só sou encantado por causa da saudade que faz com que as minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for não haverá saudade. E eu deixarei de ser o Pássaro Encantado e você deixará de me amar." E partia. A menina, sozinha, chorava. E foi numa noite de saudade que ela teve a idéia: "Se o Passaro não puder partir, ele ficará. Se ele ficar, seremos felizes para sempre. E para ele não partir basta que eu o prenda numa gaiola." Assim aconteceu. A menina comprou uma gaiola de prata, a mais linda. Quando o pássaro voltou eles se abraçaram, ele contou estórias e adormeceu. A menina, aproveitando-se do seu sono, engaiolou-o. Quando o pássaro acordou ele deu um grito de dor. "Ah! Menina...que é isso que você fez? Quebrou-se o encanto. Minhas penas ficarão feias e eu me esquecerei das estórias. Sem a saudade o amor irá embora..." A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por se acostumar. Mas não foi isso que aconteceu. Caíram suas plumas e o penacho. Os vermelhos, os verdes e os azuis das penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o silêncio: deixou de cantar. Também a menina se entristeceu. Não era aquele o pássaro que ela amava. E de noite chorava pensando naquilo que havia feito com seu amigo... Até que não mais agüentou. Abriu a porta da gaiola. "Pode ir, Pássaro", ela disse." Volte quando você quiser..." "Obrigado, menina", disse o Pássaro." Irei e voltarei quando ficar encantado de novo. E você sabe: ficarei encantado de novo quando a saudade voltar dentro de mim e dentro de você!

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

DEUS NUNCA ERRA

DEUS, O REI E O SÚDITO Há muito tempo, num reino distante, havia um Rei que não acreditava na bondade de Deus. Tinha, porém, um súdito que sempre o lembrava dessa verdade. - Meu Rei, não desanime... Tudo que Deus faz é Perfeito. Ele nunca erra!!! Um dia, o Rei saiu para caçar juntamente com seu súdito, e uma fera da floresta atacou o Rei. O súdito conseguiu matar o animal, porém não evitou que sua majestade perdesse o dedo mínimo da mão direita. O Rei, furioso pelo que havia acontecido, e sem mostrar agradecimento por ter sua vida salva pelos esforços de seu servo, perguntou a este: - E agora, o que você me diz? Deus é bom? Se Deus fosse bom eu não teria sido atacado, e não teria perdido o meu dedo. O Servo respondeu: - Meu Rei, apesar de todas essas coisas, somente posso dizer-lhe que Deus é Bom, e que mesmo isso, perder um dedo, é para seu bem! Tudo que Deus faz é Perfeito. Ele Nunca Erra!!! O Rei, indignado com a resposta do súdito, mandou que o mesmo fosse preso na cela mais escura e mais fétida do calabouço. Após algum tempo, o Rei saiu novamente para caçar e aconteceu dele ser atacado, desta vez pôr uma tribo de índios que vivia na selva. Estes índios eram temidos por todos, pois se sabia que faziam sacrifícios humanos para seus deuses. Mal prenderam o Rei, passaram a preparar, cheios de júbilo, o ritual do sacrifício. Quando já estava tudo pronto e o Rei já estava diante do altar, o Sacerdote indígena, ao examinar a vítima, observou furioso: - Este homem não pode ser sacrificado, pois é defeituoso!! Falta-lhe um dedo!! E o Rei foi libertado. Ao voltar para o palácio, muito alegre e aliviado, mandou libertar seu súdito e pediu que o mesmo viesse em sua presença. Ao ver o servo, abraçou-o afetuosamente dizendo-lhe: - Meu caro, Deus foi realmente bom comigo! Você já deve estar sabendo que escapei da morte justamente porque não tinha um dos dedos. Mas ainda tenho em meu coração uma grande dúvida: Se Deus é tão Bom, por que permitiu que você fosse preso da maneira como foi? Logo você, que tanto o defendeu? O servo sorriu e disse: - Meu Rei, se eu estivesse junto contigo nessa caçada, certamente seria sacrificado em teu lugar, pois não me falta dedo algum! Tudo que Deus faz é Perfeito. Ele nunca erra!!!

O que bloqueou Joãozinho?

O QUE BLOQUEOU JOÃOZINHO? “Joãozinho era um menino pequeno, mas já sabia fazer muitas coisas. Aprendera algumas coisas com o pai, outras com a mãe e ainda outras com amigos e muitas outras aprendera sozinho, tentando no fundo do pátio de sua casa, no seu quarto, na copa de sua árvore preferida... Ele estava muito entusiasmado, pois iria iniciar mais uma nova aventura: IR PARA A ESCOLA! Chegando à escola, ele a achou enorme. Com sua sacola pendurada sobre o ombro, ele olhava tudo com assombro e curiosidade (o que lhe era muito peculiar). “Puxa, quanta coisa farei aí!”, pensava Joãozinho. Certo dia sua professora anunciou: --- Hoje vamos fazer um desenho! Joãozinho vibrou. Ele adorava desenhar. Sabia fazer um monte de coisas. Apressadamente, pegou seus lápis de cor para começar. Porém, para surpresa sua, a professora impediu que ele começasse, pois ela nem havia dito o quê e nem como deveriam fazer. --- Muito bem, disse a professora. Agora que todos têm a folha na mesa, e todos sentaram direitinho, podemos começar. Vamos desenhar uma árvore! Joãozinho se entusiasmou novamente. Pois ele sabia desenhar árvores. Ele sempre desenhava as árvores que havia em sua casa. “Vou desenhar o meu pé de cinamomo. Ele está cheinho de flores...Ah! vou desenhar a casinha que eu construí na árvore...”, ia pensando o Joãozinho. Mas novamente foi interrompido. --- Prestem atenção! Olhem bem para esta árvore que a professora desenhou. Observem as cores...De que cor é o tronco? E a copa? Joãozinho olhou para a árvore da professora. Até que era bonitinha, mas achava que as suas eram bem mais bonitas. Calado, pegou o lápis e desenhou a árvore da professora: tronco marrom e copa verde. Num outro dia, a professora anunciou que teriam uma surpresa! O que seria? A professora apresentou para as crianças uma barra de argila e anunciou: --- Hoje vocês vão modelar! Joãozinho adorou a idéia, pois gostava e sabia modelar. Perto de sua casa havia um riacho e no barranco tinha muito barro preto. Ele e seus irmãos faziam coisas lindas com aquele barro. Amassando entusiasmado o seu pedaço de argila, Joãozinho ia pensando no que ia inventar. Mas o entusiasmo durou pouco. A professora falou: --- Vamos fazer um cinzeiro para presentear o papai. Olhem para o cinzeiro que eu trouxe. Hoje vamos modelá-lo e, noutro dia, o pintaremos. O papai de vocês vai adorar. Vai ficar lindo!... Joãozinho, muito calado, começou a modelar o seu cinzeiro. Não gostou do cinzeiro, e o pior, o seu pai nem fumava! Que graça teria? Joãozinho que antes adorava seus desenhos, suas modelagens, suas histórias, de inventar teatro, mudou muito. Já não se entusiasmava mais frente às “surpresas” apresentadas pela professora. Fazia tudo. Aprendeu a esperar e a fazer as coisas iguais às da professora. E tirava boas notas. Aconteceu que a família de Joãozinho mudou de cidade e o menino teve que ir para outra escola. A nova professora contava histórias e solicitava para que todos a ajudassem a contar ou dramatizar a história. Joãozinho só respondia o que lhe perguntavam. Após a história a professora falou: --- Vamos desenhar o que mais gostamos da história? Que bom, pensou Joãozinho, e ficou esperando que a professora dissesse o que deveriam desenhar mesmo. Mas a professora não disse. Ela ficava andando pela sala e conversando com todos. Chegando perto de Joãozinho e, vendo que ele ainda não havia começado, perguntou: --- Você não quer desenhar? --- Sim, senhora, mas o que devo fazer? --- Aquilo que você quiser. Você é que sabe do que mais gostou da história. E, se não gostou de nada, pode fazer o que quiser. --- Mas o que devo fazer?... Que cor devo usar? --- Assim como você achar que fica melhor. O dono do desenho é você. Todos têm um jeito de ver as coisas. Que graça teria se todo mundo fizesse tudo igual?... Joãozinho voltou-se para sua folha e começou o “seu” desenho... “Uma árvore de tronco marrom e uma copa verde...” (autor desconhecido) Postado por Noêmia A. Lourenço às 16:49 Marcadores: APRENDIZAGEM, REFLEXÃO, REUNIÃO DE PROFESSORES

Alfabetização sem receita

ALFABETIZAÇÃO SEM RECEITA Pegue uma criança de seis anos, ou mais, no estado em que estiver suja ou limpa, e coloque-a numa sala de aula onde existem muitas coisas escritas para olhar e examinar. Servem jornais velhos, revistas, embalagens, propaganda eleitoral, latas de óleo vazias, caixas de sabão, sacolas de supermercado, enfim, tudo que estiver entulhando os armários da escola e de sua casa. Convide a criança para brincar de ler, adivinhando o que está escrito: você vai descobrir que ela já sabe muitas coisas. Converse com a criança, troque ideias sobre quem são vocês e as coisas de que gostam e não gostam. Escrevam no quadro algumas das coisas que foram ditas e leia para ela. Peça a criança que olhe as coisas escritas que existem por aí, nas lojas, no ônibus, nas ruas, na televisão. Escrevam algumas destas coisas no quadro e leia para elas. Deixe as crianças cortarem letras, palavras e frases dos jornais velhos e não esqueça de mandá-los limpar o chão depois para não criar problemas na escola. Todos os dias leiam em voz alta para a criança alguma coisa interessante: historinhas, poesia, notícia de jornal, anedota, letra de música, adivinhação. Mostre para a criança alguns tipos de coisas escritas que talvez ela não conheça: um catálogo de telefone, um dicionário, um telegrama, uma carta, um bilhete, um livro de receita da cozinha. Desafie a criança a pensar sobre a escrita e pense você também. Quando a criança estiver tentando escrever, deixe-a perguntar ou ajudar ao colega. Não se apavore se a criança estiver comendo letras: até hoje não houve caso de indigestão alfabética. Acalme a diretora e a supervisora se elas ficarem alarmadas. Invente sua própria cartilha. Use sua imaginação e sua capacidade de observação para ensinar a ler. Leia e estude você também. P.S. Se não gostar desse processo, aplique a receita de alfabetização (próxima postagem) (texto apresentado no seminário - Avaliação do Rendimento Escolar - Palestra da Profª Jussara Hoffmann) Postado por Noêmia A. Lourenço às 16:03 Marcadores: REFLEXÃO, REUNIÃO DE PROFESSORES

sábado, 18 de agosto de 2012

O CASO DO ESPELHO

Trabalhando com textos em sala de aula Objetivo: Trabalhar a auto-crítica com alunos em vários níveis, levando-os a se perceberem como parte que influencia a sociedade com o que são. Dinâmica: Antes de trabalhar esse texto, poderá ser aplicada a Dinâmica do Espelho. Que consiste em distribuir espelhos para os participantes e pedir que por um momento analisem sua imagem e se questionem sobre qual a imagem eles transmitem para a sociedade (amigos, família, escola etc.) – positiva ou negativa. Boas ações, comportamento etc. Após um momento de discussão, introduzir o seguinte texto. O caso do Espelho Era um homem que não sabia quase nada. Morava longe, numa casinha de sapé esquecida nos cafundós da mata. Um dia, precisando ir à cidade, passou em frente a uma loja e viu um espelho pendurado do lado de fora. O homem abriu a boca. Apertou os olhos. Depois gritou, com o espelho nas mãos: - Mas o que é que o retrato de meu pai está fazendo aqui? - Isso é um espelho - explicou o dono da loja. - Não sei se é espelho ou se não é, só sei que é o retrato do meu pai. Os olhos do homem ficaram molhados. - O senhor... conheceu meu pai? - perguntou ele ao comerciante. O dono da loja sorriu. Explicou de novo. Aquilo era só um espelho comum, desses de vidro e moldura de madeira. - É não! - respondeu o outro. - Isso é o retrato do meu pai. É ele sim! Olha o rosto dele. Olha a testa. E o cabelo? E o nariz? E aquele sorriso meio sem jeito? O homem quis saber o preço. O comerciante sacudiu os ombros e vendeu o espelho, baratinho. Naquele dia, o homem que não sabia quase nada entrou em casa todo contente. Guardou, cuidadoso, o espelho embrulhado na gaveta da penteadeira. A mulher ficou só olhando. No outro dia, esperou o marido sair para trabalhar e correu para o quarto. Abrindo a gaveta da penteadeira, desembrulhou o espelho, olhou e deu um passo atrás. Fez o sinal da cruz tapando a boca com as mãos. Em seguida, guardou o espelho na gaveta e saiu chorando. - Ah, meu Deus! — gritava ela desnorteada. - É o retrato de outra mulher! Meu marido não gosta mais de mim! A outra é linda demais! Que olhos bonitos! Que cabeleira solta! Que pele macia! A diaba é mil vezes mais bonita e mais moça do que eu! - Quando o homem voltou, no fim do dia, achou a casa toda desarrumada. A mulher, chorando sentada no chão, não tinha feito nem a comida. - Que foi isso, mulher? - Ah, seu traidor de uma figa! Quem é aquela jararaca lá no retrato? - Que retrato? - perguntou o marido, surpreso. - Aquele mesmo que você escondeu na gaveta da penteadeira! O homem não estava entendendo nada. - Mas aquilo é o retrato do meu pai! Indignada, a mulher colocou as mãos no peito: - Cachorro sem-vergonha, miserável! Pensa que eu não sei a diferença entre um velho lazarento e uma jabiraca safada e horrorosa? A discussão fervia feito água na chaleira. - Velho lazarento coisa nenhuma! - gritou o homem, ofendido. A mãe da moça morava perto, escutou a gritaria e veio ver o que estava acontecendo. Encontrou a filha chorando feito criança que se perdeu e não consegue mais voltar pra casa. - Que é isso, menina? - Aquele cafajeste arranjou outra! - Ela ficou maluca - berrou o homem, de cara amarrada. - Ontem eu vi ele escondendo um pacote na gaveta lá do quarto, mãe! Hoje, depois que ele saiu, fui ver o que era. Tá lá! É o retrato de outra mulher! A boa senhora resolveu, ela mesma, verificar o tal retrato. Entrando no quarto, abriu a gaveta, desembrulhou o pacote e espiou. Arregalou os olhos. Olhou de novo. Soltou uma sonora gargalhada. - Só se for o retrato da bisavó dele! A tal fulana é a coisa mais enrugada, feia, velha, cacarenta, murcha, arruinada, desengonçada, capenga, careca, caduca, torta e desdentada que eu já vi até hoje! E completou, feliz, abraçando a filha: - Fica tranqüila. A bruaca do retrato já está com os dois pés na cova! (Versão de conto popular de origem chinesa, por Ricardo Azevedo). "O mundo é um grande espelho. Ele reflete de volta o que você é. Se você é carinhoso, se você é bondoso, se você é prestativo, o mundo se mostrará carinhoso, bondoso e prestativo para você. O mundo é o que você é". Thomas Dreier
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