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"A amorosidade de que falo, o sonho pelo qual brigo e para cuja realização me preparo permanentemente, exigem em mim, na minha experiência social, outra qualidade: a coragem de lutar ao lado da coragem de AMAR!!!" Paulo Freire

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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

LINDA HISTÓRIA PARA TRABALHAR VALORES

Linda história para trabalhar valores com as crianças Sugestão literária Com esta história o professor poderá montar uma proposta para trabalhar valores. No site: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=9515 tem sugestão de aula. Neste blog você também encontra muitas outras sugestões para trabalhar valores com a turma. COMO NASCEU A ALEGRIA (Rubem Alves) Você pode não acreditar, mas é verdade: muitos anos atrás a terra era um jardim maravilhoso. É que os anjos, ajudados pelos elefantes, regavam tudo, com regadores cheios de água que eles tiravam das nuvens. Esta era a sua primeira tarefa, todo dia. Se esquecessem, todas as plantas morreriam, secas, estorricadas... Para que isso não acontecesse, Deus chamou o galo e lhe disse: - Galo, logo que o sol aparecer, bem cedinho, trate de cantar bem alto para que os anjos e os elefantes acordem... E é por isto que, ainda hoje, os galos cantam de manhã... Flores havia aos milhares. Todas eram lindas. Mas, infelizmente, todas elas eram igualmente vaidosas e cada uma pensava ser a mais bela. E, exibindo as suas pétalas, umas para as outras, elas se perguntavam, sem parar: - Não sou a mais linda de todas? Até pareciam a madrasta da Branca de Neve. Por causa da vaidade, nenhuma delas ouvia o que as outras diziam e nem percebiam que todas eram igualmente belas. Por isso, todas ficavam sem resposta. E eram, assim, belas e infelizes. No meio de tanta beleza infeliz, entretanto, certo dia uma coisa inesperada aconteceu. Uma florinha, que estava crescendo dentro de um botão, e que deveria ser igualmente bela e infeliz, cortou uma de suas pétalas num espinho, ao nascer. A florinha nem ligou e vivia muito feliz com sua pétala partida. Ela não doía. Era uma pétala macia. Era amiga. Até que ela começou a notar que as outras flores a olhavam com olhos espantados. E percebeu, então, que era diferente. - Por que é que as outras flores me olham assim, papai, com tanto espanto, olhos tão fixos na minha pétala...? - Por que será? Que é que você acha?, perguntou o pai. Na verdade, ele bem sabia de tudo. Mas ele não queria dizer. Queria que a florinha tivesse coragem para olhar para as vaidosas e amar a sua pétala. - Acho que é porque eu sou meio esquisita..., a florinha respondeu. E ela foi ficando triste, triste... Não por causa da sua pétala rachada, mas por causa dos olhos das outras flores. - Já estou cansada de explicar. Eu nasci assim... Mas elas perguntam, perguntam, perguntam... Até que ela chorou. Coisa que nunca tinha acontecido com as flores belas e infelizes. A terra levou um susto quando sentiu o pingo de uma lágrima quente, porque as outras flores não choravam. E ela chamou a árvore e lhe contou baixinho: - A florinha está chorando. E a terra chorou também. A árvore chamou os pássaros e lhes contou o que estava acontecendo. E, enquanto falava, foi murchando, esticando seus galhos num longo lamento, e continua a chorar até hoje, à beira dos rios e dos lagos, aquela árvore triste que tem o nome de chorão. E das pontas dos seus galhos correram as lágrimas que se transformaram num fiozinho de água... Os pássaros voaram até as nuvens. - Nuvens, a florinha está chorando. E choraram lágrimas que se transformaram em pingos de chuva... As nuvens choraram também, juntando-se aos pássaros numa chuva enorme, choro do céu. As lágrimas das nuvens molharam as camisolas dos anjinhos que brincavam no céu macio. E quiseram saber o que estava acontecendo. E quando souberam que a florinha estava chorando, choraram também... E Deus, que era uma flor, começou a chorar também. E a sua dor foi tão grande que, devagarinho, como se fosse espinho, ela foi cortando uma de suas pétalas. E Deus ficou tal e qual a florinha. E aquele choro todo, da terra, das árvores, dos pássaros, dos anjos, de Deus, virou chuva, como nunca havia caído. O sol, sempre amigo e brincalhão, não agüentou ver tanta tristeza. Chorou também. E a sua boca triste virou o arco-íris... E as chuvas viraram rios e os rios viraram mares. Nos rios nasceram peixes pequenos. Nos mares apareceram os peixes grandes. A florinha abriu os olhos e se espantou com todo aquele reboliço. Nunca pensou que fosse tão querida. E a sua tristeza foi virando, lá dentro, uma espécie de cócega no coração, e sua boca se entortou para cima, num riso gostoso... E foi então que aconteceu o milagre. As flores belas e infelizes não tinham perfume, porque nunca riam. Quando a florinha sorriu, pela primeira vez, o perfume bom da flor apareceu. O perfume é o sorriso da flor. E o perfume foi chamando bichos e mais bichos... Vieram as abelhas... Vieram os beija-flores... Vieram as borboletas... Vieram as crianças. Um a um, beijaram a única flor perfumada, a flor que sabia sorrir. E sentiram, pela primeira vez, que a florinha, lá dentro do seu sorriso, era doce, virava mel... Esta é a estória do nascimento da alegria. De como a tristeza saiu do choro, do choro surgiu o riso e o riso virou perfume. A florinha não se esqueceu de sua pétala partida. Só que, deste dia em diante, ela não mais sofria ao olhar para ela, mas a agradava, como boa amiga. Quanto aos regadores dos anjos, nunca mais foram usados. De vez em quando, olhando para as nuvens, a gente vê um deles, guardado lá dentro, já velho e coberto de teias de aranha... Enquanto a florinha de pétala partida estiver neste mundo, a chuva continuará a cair e o brinquedo de roda em volta do seu sorriso e do seu perfume não terá fim... Fonte: http://www.maricell.com.br/poemas4/comonasceuaalegria.htm

DINÂMICA MARAVILHOSA

Dinâmica: O REI E O CONGRESSO DAS CORES Procedimentos: Inicie a proposta distribuindo flores de papel das cores citadas no texto, amarela, azul, verde escura, branca, rosa e verde clara. Então, comece a leitura do texto, sendo que os participantes que estiverem com as flores das cores citadas irão fazendo os gestos descritos. No término, pode-se fazer uma reflexão com o grupo sobre o que sentiram durante a dinâmica e qual a sua mensagem principal. Certa vez, num reino encantado, num dia muito especial comemorado no reino, o rei convocou todas as cores para um grande congresso. Queridos e queridas... Neste dia especial, vocês estão sendo convocados para um grande congresso. Venham todos, pois o tema deste congresso é muito importante: A vida, os dons e os talentos que temos a maravilha de sermos diferentes e complementares. Tendo ouvido o discurso de abertura, todas as cores se acenaram e sentaram e com suas características e tonalidades próprias se acomodaram, enquanto aguardavam ansiosas pelo primeiro conferencista. Eis que o congresso se inicia... o AMARELO foi o primeiro a falar, e com todo o respeito, foi logo dizendo que viver era saber distribuir apertos de mãos a todos que encontrava, pois a discriminação era um grande mal social e todas as cores concordaram (as cores AMARELAS saem dando apertos de mão no grupo). O AZUL se levantou dizendo que em sua opinião, viver era saber sorrir em qualquer situação, era cultivar bom humor, a alegria, e saiu distribuindo sorrisos a todos os que encontrava (AZUIS saem distribuindo sorrisos). Não demorou muito e o VERDE ESCURO se levantou, pronunciando solenemente: Minhas amigas e meus amigos, o sentido da vida está na esperança, que faz abraçar as pessoas, desejando a elas todo o bem com o simples gesto de bem querer, sem hipocrisia, sem formalidades e inimizades (VERDES ESCUROS saem distribuindo abraços). Cheio de charme surgiu o BRANCO, dizendo que sem sombra de dúvida, os olhos são o espelho da alma e que o mais importante era saber e ensinar a olha o outro com ternura, pelo que foi vivamente aplaudido (todos aplaudem o BRANCO e saem olhando as pessoas com ternura). Muito tímida e discreta chegou à cor ROSA que ousando falar em público, afirmou que em sua opinião viver e dar sentido a vida era ouvir o outro, por isso saiu logo falando bem baixinho: minha amiga, meu amigo, eu quero escutar você (as cores ROSAS saem falando baixinho para as outras cores: eu quero escutar você). Eis que o VERDE CLARO todo faceiro, que já não agüentava mais ficar quieto, pois sempre queria falar sem ser a sua vez, finalmente pode dizer categórico e empolgado: ora amigos e amigas o mais importante da nossa vida e na nossa cultura de hoje, é ser amigo, é perdoar, ensinar e exclamar a todo instante, em palavras e em gestos de carinho (os VERDES CLAROS saem fazendo carinho no rosto do grupo). De repente, um vento forte, muito forte soprou, soprou tanto que as cores já estavam perdendo o brilho. Todas morreriam se não tivessem se unido num grande círculo, cores fracas, cores fortes, cores comuns, cores exóticas, cores de todo tipo, unidas para resistirem aquele vento repentino, que logo iria embora (todas se unem). E o vento se foi (todos se soltam) e o perigo passou... que alegria (acenam as cores). Então o rei, muito amoroso, em tom solene, aproveita o momento para encerrar o congresso e pedindo atenção ao público, proclama: Amigos, amigos, aperto de mão, o sorriso, o carinho, tudo isso é muito importante e faz um conjunto de talentos que forma uma linda AQUARELA em nosso reino. Porém nenhum de nós seria importante se não soubesse olhar e valorizar a vida, o ser e a cor do outro. Nossas diferenças nos fazem mais belos, mais belas, nosso conjunto nos torna invencíveis. Sejam felizes, queridas cores, e não se esqueçam, é no conjunto que as cores se tornam belas. E aquele reino, desde aquele dia, foi o mais colorido de todos os reinos.

RUBEM ALVES

PARÁBOLA DE RUBEM ALVES Era uma vez uma menina que tinha como seu melhor amigo, um Pássaro Encantado. Ele era encantado por duas razões: Primeiro porque ele não vivia em gaiolas. Vivia solto. Vinha quando queria. Vinha porque amava. Segundo, porque sempre que voltava suas penas tinham cores diferentes, as cores dos lugares por onde tinha voado. Certa vez voltou com penas imaculadamente brancas, e ele contou estórias de montanhas cobertas de neve. Outra vez suas penas estavam vermelhas, e ele contou estórias de desertos incendiados pelo sol. Era grande a felicidade quando estavam juntos. Mas sempre chegava o momento quando o pássaro dizia: "Tenho de partir." A menina chorava e implorava: "Por favor, não va, fico tão triste. Terei saudades e vou chorar..." "Eu também terei saudades", dizia o pássaro. "Eu também vou chorar. Mas vou lhe contar um segredo: eu só sou encantado por causa da saudade que faz com que as minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for não haverá saudade. E eu deixarei de ser o Pássaro Encantado e você deixará de me amar." E partia. A menina, sozinha, chorava. E foi numa noite de saudade que ela teve a idéia: "Se o Passaro não puder partir, ele ficará. Se ele ficar, seremos felizes para sempre. E para ele não partir basta que eu o prenda numa gaiola." Assim aconteceu. A menina comprou uma gaiola de prata, a mais linda. Quando o pássaro voltou eles se abraçaram, ele contou estórias e adormeceu. A menina, aproveitando-se do seu sono, engaiolou-o. Quando o pássaro acordou ele deu um grito de dor. "Ah! Menina...que é isso que você fez? Quebrou-se o encanto. Minhas penas ficarão feias e eu me esquecerei das estórias. Sem a saudade o amor irá embora..." A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por se acostumar. Mas não foi isso que aconteceu. Caíram suas plumas e o penacho. Os vermelhos, os verdes e os azuis das penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o silêncio: deixou de cantar. Também a menina se entristeceu. Não era aquele o pássaro que ela amava. E de noite chorava pensando naquilo que havia feito com seu amigo... Até que não mais agüentou. Abriu a porta da gaiola. "Pode ir, Pássaro", ela disse." Volte quando você quiser..." "Obrigado, menina", disse o Pássaro." Irei e voltarei quando ficar encantado de novo. E você sabe: ficarei encantado de novo quando a saudade voltar dentro de mim e dentro de você!
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