Contos Africanos
Os Griots
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Depois
de um bom jantar, com a lua brilhando, as pessoas de uma aldeia na
África antiga podem ouvir o som de um tambor, chocalho, e uma voz que
gritava: "Vamos ouvir, vamos ouvir!" Esses foram os sons do griot, o
contador de histórias.
Quando eles ouviram o chamado, as crianças sabiam que estavam indo para ouvir uma história maravilhosa, com música e dança e música! Talvez hoje a história seria sobre Anansi, a aranha. Todo mundo adorava Anansi. Anansi podia tecer as teias mais bonitas. Ele foi quem ensinou o povo de Gana como tecer o pano de lama bonito. Anansi teve uma boa esposa, filhos fortes, e muitos amigos. Ele entrou em muita confusão, e usou sua inteligência e poder do humor de escapar.
Houve outras histórias que o povo gostava de ouvir mais e mais. Algumas histórias eram sobre a história da tribo. Alguns eram grandes guerras e batalhas. Algumas eram sobre a vida cotidiana. Não havia linguagem escrita na África antiga. Os narradores acompanhavam a história do povo.
Havia geralmente apenas um contador de histórias por aldeia. Se uma vila tentava roubar um contador de histórias de outra aldeia, era motivo de guerra! Os contadores de histórias foram importantes. Os griots não eram as únicas pessoas que podiam contar uma história. Qualquer um poderia gritar: "Vamos ouvir, vamos ouvir!" Mas os griots eram os "oficiais" contadores de histórias. O griot aldeia não tem que trabalhar nos campos. Sua tarefa era contar histórias.
Mil anos mais tarde, novas histórias sobre novos triunfos e novas aventuras ainda estão sendo informados pela aldeia pelos Griots.
Fonte: http://africa.mrdonn.org/fables.html
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Ananse
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Ananse,
ou Anansi, é uma lenda africana. Conta um caso interessante, no qual no
mundo antigo não havia histórias e por isso viver aqui era muito
triste.
Houve um tempo em que na Terra não
havia histórias para se contar, pois todas pertenciam a Nyame, o Deus do
Céu. Kwaku Ananse, o Homem Aranha, queria comprar as histórias de
Nyame, o Deus do Céu, para contar ao povo de sua aldeia, então por isso
um dia, ele teceu uma imensa teia de prata que ia do céu até o chão e
por ela subiu.
Quando Nyame ouviu Ananse dizer que
queria comprar as suas histórias, ele riu muito e falou: - O preço de
minhas histórias, Ananse, é que você me traga Osebo, o leopardo de
dentes terríveis; Mmboro os marimbondos que picam como fogo e Moatia a
fada que nenhum homem viu.
Ele pensava que com isso, faria
Ananse desistir da idéia, mas ele apenas respondeu: - Pagarei seu preço
com prazer, ainda lhe trago Ianysiá, minha velha mãe, sexta filha de
minha avó.
Novamente o Deus do Céu riu muito e
falou: - Ora Ananse, como pode um velho fraco como você, tão pequeno,
tão pequeno, pagar o meu preço?
Mas Ananse nada respondeu, apenas
desceu por sua teia de prata que ia do Céu até o chão para pegar as
coisas que Deus exigia. Ele correu por toda a selva até que encontrou
Osebo, leopardo de dentes terríveis. - Aha, Ananse! Você chegou na hora
certa para ser o meu almoço. - O que tiver de ser será - disse Ananse -
Mas primeiro vamos brincar do jogo de amarrar? O leopardo que adorava
jogos, logo se interessou: - Como se joga este jogo? - Com cipós, eu
amarro você pelo pé com o cipó, depois desamarro, aí, é a sua vez de me
amarrar. Ganha quem amarrar e desamarrar mais depressa. - disse Ananse. -
Muito bem, rosnou o leopardo que planejava devorar o Homem Aranha assim
que o amarrasse.
Ananse, então, amarrou Osebo pelo
pé, pelo pé e pelo pé, e quando ele estava bem preso, pendurou-o
amarrado a uma árvore dizendo: - Agora Osebo, você está pronto para
encontrar Nyame o Deus do Céu.
Aí, Ananse cortou uma folha de
bananeira, encheu uma cabaça com água e atravessou o mato alto até a
casa de Mmboro. Lá chegando, colocou a folha de bananeira sobre sua
cabeça, derramou um pouco de água sobre si, e o resto sobre a casa de
Mmboro dizendo: - Está chovendo, chovendo, chovendo, vocês não gostariam
de entrar na minha cabaça para que a chuva não estrague suas asas? -
Muito obrigado, Muito obrigado!, zumbiram os marimbondos entrando para
dentro da cabaça que Ananse tampou rapidamente.
O Homem Aranha, então, pendurou a
cabaça na árvore junto a Osebo dizendo: - Agora Mmboro, você está pronto
para encontrar Nyame, o Deus do Céu.
Depois, ele esculpiu uma boneca de
madeira, cobriu-a de cola da cabeça aos pés, e colocou-a aos pés de um
flamboyant onde as fadas costumam dançar. À sua frente, colocou uma
tigela de inhame assado, amarrou a ponta de um cipó em sua cabeça, e foi
se esconder atrás de um arbusto próximo, segurando a outra ponta do
cipó e esperou. Minutos depois chegou Moatia, a fada que nenhum homem
viu. Ela veio dançando, dançando, dançando, como só as fadas africanas
sabem dançar, até aos pés do flamboyant. Lá, ela avistou a boneca e a
tigela de inhame. - Bebê de borracha. Estou com tanta fome, poderia
dar-me um pouco de seu inhame?
Ananse puxou a sua ponta do cipó
para que parecesse que a boneca dizia sim com a cabeça, a fada, então,
comeu tudo, depois agradeceu: - Muito obrigada bebê de borracha.
Mas a boneca nada respondeu, a fada, então, ameaçou: - Bebê de borracha, se você não me responde, eu vou te bater.
E como a boneca continuasse parada,
deu-lhe um tapa ficando com sua mão presa na sua bochecha cheia de
cola. Mais irritada ainda, a fada ameaçou de novo: - Bebê de borracha,
se você não me responde, eu vou lhe dar outro tapa."
E como a boneca continuasse parada,
deu-lhe um tapa ficando agora, com as duas mãos presas. Mais irritada
ainda, a fada tentou livrar-se com os pés, mas eles também ficaram
presos. Ananse então, saiu de trás do arbusto, carregou a fada até a
árvore onde estavam Osebo e Mmboro dizendo: - Agora Mmoatia, você está
pronta para encontrar Nyame o Deus do Céu.
Aí, ele foi a casa de Ianysiá sua
velha mãe, sexta filha de sua avó e disse: - Ianysiá venha comigo vou
dá-la a Nyame em troca de suas histórias.
Depois, ele teceu uma imensa teia
de prata em volta do leopardo, dos marimbondos e da fada, e uma outra
que ia do chão até o Céu e por ela subiu carregando seus tesouros até os
pés do trono de Nyame. - Ave Nyame! - disse ele -Aqui está o preço que
você pede por suas histórias: Osebo, o leopardo de dentes terríveis,
Mmboro, os marimbondos que picam como fogo e Moatia a fada que nenhum
homem viu. Ainda lhe trouxe Ianysiá minha velha mãe, sexta filha de
minha avó.
Nyame ficou maravilhado, e chamou
todos de sua corte dizendo: - O pequeno Ananse, trouxe o preço que peço
por minhas histórias, de hoje em diante, e para sempre, elas pertencem a
Ananse e serão chamadas de histórias do Homem Aranha! Cantem em seu
louvor!
Ananse, maravilhado, desceu por sua
teia de prata levando consigo o baú das histórias até o povo de sua
aldeia, e quando ele abriu o baú, as histórias se espalharam pelos
quatro cantos do mundo vindo chegar até aqui.
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Lenda do tambor africano
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Dizem
na Guiné que a primeira viagem à Lua foi feita pelo Macaquinho de nariz
branco. Segundo dizem, certo dia, os macaquinhos de nariz branco
resolveram fazer uma viagem à Lua a fim de traze-la para a Terra. Após
tanto tentar subir, sem nenhum sucesso, um deles, dizem que o menor,
teve a idéia de subirem uns por cima dos outros, até que um deles
conseguiu chegar à Lua.
Porém, a pilha de macacos
desmoronou e todos caíram, menos o menor, que ficou pendurado na Lua.
Esta lhe deu a mão e o ajudou a subir. A Lua gostou tanto dele que lhe
ofereceu, como regalo, um tamborinho. O macaquinho foi ficando por lá,
até que começou a sentir saudades de casa e resolveu pedir à Lua que o
deixasse voltar.
A Lua o amarrou ao tamborinho para
descê-lo pela corda, pedindo a ele que não tocasse antes de chegar à
Terra e, assim que chegasse, tocasse bem forte para que ela cortasse o
fio.
O Macaquinho foi descendo feliz da
vida, mas na metade do caminho, não resistiu e tocou o tamborinho. Ao
ouvir o som do tambor a Lua pensou que o Macaquinho houvesse chegado à
Terra e cortou a corda. O Macaquinho caiu e, antes de morrer, ainda pode
dizer a uma moça que o encontrou, que aquilo que ele tinha era um
tamborinho, que deveria ser entregue aos homens do seu país. A moça foi
logo contar a todos sobre o ocorrido.
Vieram pessoas de todo o país e, naquela terra africana, ouviam-se os primeiros sons de tambor.
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